“Quanto mais a consciência for influenciada
por preconceitos, erros, fantasias e anseios infantis, mais se dilata a fenda
já existente, até chegar-se a uma
dissociação neurótica e a uma vida mais ou menos artificial, em tudo
distanciada dos instintos normais, da natureza e da verdade”.
De um modo geral, é uma tolice acreditar em
guias pré-fabricadas e sistematizadas para a interpretação dos sonhos, como se
pudéssemos comprar um livro de consultas para nele encontrar a tradução de
determinado símbolo. Nenhum símbolo onírico pode ser separado da pessoa que o
sonhou, assim como não existem interpretações definidas e específicas para
qualquer sonho. A maneira pela qual o inconsciente completa ou compensa o
consciente varia tanto de indivíduo para indivíduo que é impossível saber até
que ponto é aceitável, na verdade, haver uma classificação dos sonhos e seus
símbolos”
Assim, os sonhos algumas vezes podem revelar
certas situações muito antes de elas realmente acontecerem. Não é
necessariamente um milagre ou uma forma de previsão. Muitas crises em nossas
vidas têm uma longa história inconsciente. Caminhamos aos seus encontros passo
a passo, despercebidos dos perigos que se acumulam. Mas aquilo que
conscientemente deixamos de ver é, quase sempre, captado pelo nosso
inconsciente, que pode transmitir a informação através dos sonhos”.
“Para benefício do equilíbrio
mental e mesmo da saúde fisiológica, o consciente e o inconsciente devem estar
completamente interligados, a fim de que possam se mover em linhas paralelas. Caso
se separem ou se dissociem, ocorrem distúrbios psicológicos. Nesse particular,
os símbolos oníricos são os mensageiros indispensáveis da parte instintiva da
mente humana para a sua parte racional, e a sua interpretação enriquece a
pobreza da nossa consciência fazendo-a compreender, novamente, a esquecida
linguagem dos instintos”.
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