¿Cuál es la finalidad de la vida? Alejandro Jodorowsky


Why You Will Marry the Wrong Person - Alain de Botton


The Water Closet - By Lon Milo DuQuette

The Water Closet (Caliph's Advice) By Lon Milo DuQuette
(written on the occasion of his O.T.O. First Degree Initiation, August 1976 Dublin California)


Adepts and Mahatmas
Can dance widdershins
While they Devil, and Beast, and Oz it .

An aspirant’s day mysteriously begins
With a visit to the water closet.

Forefinger on left nostril
Thumb on its mate.

He blows out his air and he draws it.

With post nasal drip, pranayama is great,
While sitting in the water closet.

In Mass 44
Enflaméd he prays
So deep that he had to gauze it.
A comfort to know
Repairs can be made
By a visit to the water closet.

Hanged Man, Noah’s Ark, Osiris and Seth
Effect and all things which cause it.

How much like birth...how very much like death
Is a visit to the water closet



A few minutes after my O.T.O. First Degree Initiation I asked my Initiators (Grady L. McMurtry, Phyllis Seckler-McMurtry, and Helen Parsons Smith) for some advice they would give a 28 year old fledgling magician. Phyllis said something like ..."Focus first and foremost on union with the Holy Guardian Angel; Helen declined to offer any advice; and Grady said he asked Crowley the same thing in 1944. Crowley told him:
"As you grow older it will become increasingly important for you to visit the water closet whenever the opportunity presents itself."
Keeping in mind the particular secret circumstance of the First Degree Initiation ceremony I interpreted the advice on multiple levels.
A few weeks later I wrote this poem, and Phyllis was kind enough to publish it in "In the Continuum."

Gilberto Lascariz

Ainda se pensa hoje que ser Iniciado é passar por uma cerimônia cheia de símbolos e significados morais. Hoje os ritos de Iniciação tornaram-se meros Ritos de Passagem. Esta decadência no lado solidificado, exterior e objectal dos ritos iniciáticos revela bastante bem a ilusão e fascinação enganadora que esta palavra conserva. Então o que é feito do processo de Iniciação agora reduzido e alienado ao lado exterior e objectal do rito e ao lado exterior da pessoa na sua faceta humanista e moral ? O que lhe falta para servir de novo à eclosão da Gnose?

A decadência e ossificação das estruturas iniciáticas apócrifas em organizações de índole meramente cívica e social; a abertura a pessoas sem a mínima qualificação ou talento para o trabalho de revulsão iniciatória, contra tudo aquilo que em essência é a Iniciação; a sua tendência entrópica de fascínio pelo obscurantismo retórico do religioso e do discurso moral, valores típicos da cultura agregadora de colmeia do chamado "politicamente correcto" ou a sua descida no visceralismo alucinatório do psiquismo, são sintomas de uma "solidificação" que Guénon e Evola já temiam agravar-se com a emergência da sociedade moderna e a prevalência de um determinado tipo de homem.

Sendo a Iniciação stricto sensu reservada para os que trazem o talento heróico e prometeico para fazer a revulsão, ultrapassagem e libertação de tudo o que nos qualifica como seres humanos, tanto do ponto de vista racional como sentimental, então o que é a Iniciação? Então o que é feito do processo de Iniciação agora reduzido e alienado ao lado exterior e objectal do rito e ao lado exterior da pessoa na sua faceta humanista e moral ? O que lhe falta para servir de novo à eclosão da Gnose?
Ser um bom cidadão e defensor de valores humanistas e sociais não qualifica per si ninguém para ser um Iniciado.  À partida, do ponto de vista iniciático, até o pode desqualificar como sintoma de alguém ainda preso no mundo das aparências. Ter fortes valores morais não tem qualquer relevância sob o ponto de vista operativo do processo iniciático.

A moral não tem qualquer estatuto metafísico e ontológico, é apenas um cimento da vida social. Nos ritos de Mitra e da Samotrácia era necessário ter morto um homem para ser iniciado, isto é, o Homem no seu sentido gregário, moral e social, o chamado "hílico" entre os gnosticos ou o"Homem Massa", como lhe chamava o escritor Ernst Toller, para ser um "homem livre" da força de gravidade do grosseiro e vir a ser o subtil, o Iniciado. É necessário, por isso, que venha das profundezas do Espírito esse Cavaleiro Azul, que reporta o pintor Kandinski, e nos conduza para o sobrerealismo da experiência iniciática, espaço do não-espaço e tempo do não-tempo onde o corpo se espiritualiza e o espírito se corporifica.

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Vivemos uma época em que o processo iniciático aparece rebaixado a um mero simulacro e mimetismo teatral, sombra do que foi a antiga Iniciação de Mistérios. Reduzida a uma dramaturgia de cariz bíblico e apêlo moralista na Maçonaria Profana, ou Apócrifa como Martinez de Pascually a designava, adjectivo mais apropriado para a palavra Especulativa, e a um mau teatro de folclore e superstição de entretenimento em muitos dos revivalismos do Neo-Paganismo moderno, a palavra Iniciacão esvaziou-se de seu significado anagógico e de sua dimensão supraracional e não-humana, nada mais servindo do que reforçar os valores do bom cidadão, seja o bom devoto ou o bom humanista. Em nenhum dos casos nada disso tem qualquer relação com os Processos Iniciáticos. Então o que são processos Iniciáticos?

Enquanto Magister da Irmandade da Serpente da Alba e Hierofante no grau 33, 66, 90, 95 e 97 do Soberano Santuário Hermético da Lusitânia, no Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraim, a questão da Iniciação e das condições necessárias para a sua operatividade é um tema muito preocupante face à tipologia de homem alienado e obscurantista que a sociedade moderna promove sob o verniz do homem livre e humanista típico das sociedades do capitalismo neo-liberal de hoje.

Como passar, então, do pequeno homem humanista de "bons costumes", preso na ilusão do valor moral e seus corolários religiosos ou políticos de perfeição humana e passar para lá do próprio homem, no processo de auto-deificação e plena liberdade ôntica? Se o lugar de Deus está desde o grito nietzschiano dentro do homem, não qualquer homem mas um determinado tipo de homem, isto é, no poeta, no inquieto, no rebelde e no herói, modelos da primeira Mãe do homem cujo cérebro foi incendiado pelo fogo da Serpente Prometeica, onde estão estes homens e mulheres que trazem, muitas vezes sem o saber, a tocha da húbris iniciática? Sem esses homens e mulheres o processo iniciático embora eterno e primordial poderá decair no esquecimento de uma humanidade estupidificada de valores tanto pueris como moralistas

Gilberto Lascariz